Para o Senador Cristovam Buarque, âcaiu a fichaâ dos brasileiros sobre a situação do paÃs
Na abertura da sessão desta segunda-feira (24), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que tem a impressão de que muitos ainda não entenderam o que está ocorrendo no Brasil nos últimos dias, quando milhares de pessoas foram para a rua protestar. De acordo com o senador, bastam apenas três palavras para explicar os protestos:
- Caiu a ficha â" disse ele.
Segundo Cristovam, muitos dos manifestantes já estiveram no exterior e viram que os serviços públicos como os de saúde e transporte funcionam. "Caiu a ficha" que sem educação não há futuro, explicou ainda o senador. "Caiu a ficha", segundo Cristovam, de que o Bolsa-FamÃlia não será um instrumento de transição, mas um mecanismo permanente, se não houver a inserção dos brasileiros na modernidade.
Cristovam afirmou que os brasileiros perceberam que a taxa de crescimento do paÃs é pequena e de pouca qualidade. Para ele,"caiu a ficha" de que a corrupção ainda existe e a impunidade continua.
Há algum tempo, segundo o senador, havia a ilusão de que o povo participaria da Copa.
- Caiu a ficha de que o povo pagou os estádios e não vai poder entrar neles â" afirmou.
Reforma PolÃtica
O senador também defendeu o voto aberto para decisões do Parlamento e a reforma polÃtica. O sistema atual, de acordo com Crsitovam, beneficia os publicitários, para fazer as campanhas, e os advogados, para corrigir os erros jurÃdicos dos polÃticos. O senador propôs o fim das coligações e a obrigação de os partidos lançarem candidatos ao Executivo.
'Malha Fina'
Ele aproveitou para defender o projeto de lei do Senado (PLS) 99/2009, de sua autoria, que será analisado nesta terça-feira (25) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A proposta determina que a declaração de renda dos polÃticos eleitos seja submetida de forma automática à "malha fina" da Receita Federal. De acordo com o senador, a medida seria uma resposta à voz das ruas que clama por moralidade na polÃtica. O texto tem o apoio do relator, senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
- Será um gesto pequeno, a favor. Se derrubar, será um gesto grande e contra â" afirmou.
Em aparte, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) elogiou o discurso de Cristovam e disse que os polÃticos precisam reagir à s manifestações com uma agenda de âresgate e sintoniaâ com as ruas. Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), os polÃticos não podem deixar passar âeste momento históricoâ. Ele disse que há dois motivos principais nos manifestos: a indignação com a corrupção e o inconformismo com a classe polÃtica, que não realiza compromissos e nem concretiza promessas. Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), não se pode ârotularâ os jovens que estão na rua.
- Não há crime maior do que atrofiar os sonhos da juventude â" disse Randolfe.
Partidos
Cristovam Buarque disse ainda que precisava fazer uma âcorreçãoâ, com base em um alerta feito por um internauta, sobre uma frase de discurso seu a sexta-feira (21) em que afirmou a necessidade de se abolir os partidos atuais. Segundo o internauta, os partidos já foram abolidos, pois não há unidade ideológica ou programática entre os membros partidários.
- Ã preciso refundar os partidos. Precisamos criar partidos de verdade â" reafirmou Cristovam.
De acordo com o senador, só o PSOL não tem divergências internas no Senado, já que o partido tem apenas o senador Randolfe Rodrigues como representante. Cristovam afirmou que os partidos ainda não foram abolidos como legenda, mas foram como partido, já que não há valores e unidade ética e de pensamento.
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